quinta-feira, 23 de julho de 2009

RESILIENCIA

Resiliência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura. Após a tensão cessar poderá ou não haver uma deformação residual causada pela histerese ( tendência de um material ou sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou) do material - como um elástico ou uma vara de salto em altura, que se verga até um certo limite sem se quebrar e depois retorna com força, lançando o atleta para o alto.
No meio corporativo, o termo "Resiliência" significa a capacidade de uma empresa ou corporação de se adaptar às mudanças no ambiente em que estão inseridas, ou seja, como elas conseguem reformular os seus processos de negócio para atender a novas exigências do mercado.
A psicologia tomou essa imagem emprestada da física, definindo resiliência como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico. (Wikipidia)
Resiliência "é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica" (dicionário de língua portuguesa, o Novo Aurélio).
Resiliência: "habilidade de voltar rapidamente para o seu usual estado de saúde ou de espírito depois de passar por doenças, dificuldades etc.: resiliência de caráter", " habilidade de uma substância retornar à sua forma original quando a pressão é removida: flexibilidade",(Longman Dictionary of Contemporary English)
Ou seja, o termo nos diz de uma capacidade de suportar pressões e retornar a um estado natural no momento em que essa pressão cessa. Pensando nas contingências* que modelam e controlam os comportamentos dos indivíduos, podemos dizer que, em se mudando as contingências de forma a evocar o aparecimento de comportamentos mais adaptativos o individuo vai desenvolver novos repertórios de atuação no meio que o circunda.

A intervenção do psicoterapia comportamental pode contribuir para aumento da resiliência individual das seguintes formas:


Desenvolvimento de repertórios (comportamentais) adequados para lidar com situações de stress,

Ensinar o indivíduo a capacidade de previsão a partir da análise do que está acontecendo com ele,

Desenvolver repertório (comportamental) social,

Aumentar a variabilidade comportamental do individuo,

Instalar comportamentos como a prática de atividades ludicas, atividade física e alimentação adequada em horários regulares.

Desenvolver tolerância a frustração do indivíduo,

Informar sobre a higiene do sono como objetivo de se ter um sono mais adequado.

* Contigencia é toda circunstancia que está presente no momento de um comportamento. O próprio comportamento, suas consequencias e o que estava acontecendo antes do comportamento.

sábado, 11 de julho de 2009

SOBRE MOTIVAÇÃO

Como homem de RH, muitas vezes ouvi “...fulano vá lá e de uma palestra de motivação”. O pedido era claro, fazer uma palestra para motivar as pessoas. Será isso possível? Muitas são as explicações do que é a motivação. Desde aquela que diz que o homem pensa conscientemente naquilo que quer e providencia meios de consegui-lo, passando pela teoria Hedonista que diz que o homem procura o prazer e evita a dor e o sofrimento, até Freud que escreveu que nossos instintos sexuais estavam na gênese de nossa motivação. Entre outras.
Uma pergunta recorrente de chefes, supervisores e gerentes no mundo corporativo é: “o que devo fazer pra motivar meu pessoal?” Não tenho a pretensão de dizer que achei a fórmula mágica para responder a essa questão, mas posso oferecer alguns conceitos da análise do comportamento que podem ajudar.
Usamos o termo Operação Estabelecedora (OE) como sinônimo de motivação. Por exemplo: Ficar muito tempo sem se alimentar cria uma motivação (OE) que faz o alimento aumentar em importância momentaneamente e impele (evoca) comportamentos de forma a saciar a fome. Por que momentaneamente? Simples, se a pessoa tiver acabado de se alimentar o alimento já não lhe terá a mesma atração. Ao final da refeição essa pessoa pode estar com sede, e a sede passa a ser a (OE) e a água ser mais atrativa. Como então criar uma OE e evocar comportamentos tais como, comprometer-se com as metas da empresa, trabalhar em equipe, ter foco no cliente (aliás, foco do cliente), inovar (criatividade) e muitos outros comportamentos necessários para atingir os objetivos da organização? Ensinar o que fazer e como é um começo. Veja que no exemplo de nada adiantaria a OE se os comportamentos de providenciar a comida não tivessem sido aprendidos e comportamentos são aprendidos. Depois elogiar (reforçar) os comportamentos corretos (isso aumenta a probabilidade deles continuarem ocorrendo), e não só punir os inadequados ou incorretos.
Bem, um bom inicio para criar uma motivação (OE) é ensinar o que e como fazer algo para o funcionário. Disse acima que o comportamento deve ser elogiado quando está correto e não só punido quando estiver errado. Peguemos um comportamento, “aprender a dirigir”. Você entra no carro com um instrutor e dá a partida no motor. Nunca dirigiu, mas segue as instruções do instrutor. Pisa na embreagem, engata primeira marcha, acelera e solta a embreagem. Solta muito rápido a embreagem ou acelera pouco e o carro morre. Assim vai até conseguir fazer o carro andar. Quando isso acontece você está sendo reforçado pelo seu comportamento, ou seja, acelerar e soltar a embreagem estão sendo reforçados pela conseqüência “carro andando”. Aquela quantidade de aceleração junto com aquela forma de soltar a embreagem (dois comportamentos) aumentam em probabilidade de acontecer quando você quiser novamente fazer o carro andar e obviamente estiver dentro do carro. Quero dizer que esses dois comportamentos não acontecerão quando você estiver, por exemplo, sentado na poltrona de sua casa, isso parece obvio, mas é um ponto importante que mais tarde discutirei. A ciência do comportamento chama isso de comportamento operante, pois operando no meio produz uma conseqüência (carro andando) que aumenta a probabilidade de tal comportamento acontecer novamente dadas as mesmas condições. Chamamos a conseqüência “carro andando” de reforço positivo, pois aumentam e fortalecem a probabilidade do (s) comportamento (s) que pôs o carro andando de acontecer novamente no futuro dadas as mesmas condições. Nesse momento (nessa contingência), o instrutor pode fazer um elogio (muito bem, parabéns), isso também é um reforço positivo para os comportamentos adequados de aceleração e soltar a embreagem. Ainda, chamamos a conseqüência “carro andando” de reforço intrínseco, pois é resultado direto do comportamento da pessoa e o elogio do instrutor de reforço extrínseco ou arbitrário, pois depende de uma pessoa (veja que o instrutor poderia ficar quieto). Podemos fazer aqui um link com o primeiro dia de trabalho de um colaborador? Qualquer que seja a formação ou experiência prévia de um novo colaborador, em uma nova empresa ele terá que aprender como aquela empresa faz o que faz. Aprender de uma forma correta e eficaz [ou seja um comportamento operante adequado para aquela realidade (contingência)], será mais fácil se tiver ajuda do chefe imediato e condições mínimas para que o comportamento seja aprendido. Um comportamento que antes não existia para aquela pessoa (não fazia parte do repertório comportamental daquela pessoa), tem uma probabilidade maior de continuar acontecendo se no inicio sempre for seguido de reforçador positivo, lembrando a conseqüência do próprio comportamento e o elogio do chefe. Após o comportamento já estar acontecendo de forma eficaz, o elogio pode ser mais espaçado, mas deve continuar acontecendo. Quem não gosta de ouvir do chefe um “parabéns você trabalhou bem”?


Bem agora que mostrei como um comportamento é aprendido (o mesmo que dizer que passa a fazer parte do repertório comportamental da pessoa), vamos falar um pouco sobre o que é reforçador para uma pessoa. Reforçador é uma conseqüência (porque vem após o comportamento) e um produto (porque antes do comportamento não existia) de um comportamento que aumenta a probabilidade daquele comportamento acontecer no futuro novamente dadas as mesmas condições (contingências). A ciência do comportamento nos mostra três níveis de reforçadores, os que fazem parte do desenvolvimento filogenético da espécie (comida, água, sexo), os que fazem parte do desenvolvimento ontogenético do individuo, ou seja é aprendido ao longo de sua vida, e a cultura. Ou seja, esses três níveis de reforçadores fazem com que todos os nossos comportamentos aconteçam. Continuo a descascar a batata, fazer o arroz e fritar o bife, porque isso mata (sacia) minha fome (comida, reforçador filogenético). Continuo a estudar a partir de quinze dias antes da prova porque isso me garante boa nota (reforçador ontogenético, foi aprendido na história de vida da pessoa). Continuo a fazer “coisas” que a sociedade me exige, pois assim sou aceito como parte dessa sociedade (a cultura reforçando o comportamento)
Veja que todo colaborador na empresa está sob influencia (sob controle) desses três níveis de seleção de comportamentos. Quais as razões que fazem uma pessoa trabalhar? Ganhar dinheiro é uma delas. Dinheiro é o que chamamos de reforço generalizado, pois ele dá acesso a vários outros tipos de reforços. Com dinheiro compro comida, compro lazer entre outras coisas. Outro razão para trabalhar é por em prática um projeto de vida. Se eu sou uma pessoa preocupada com o meio ambiente, trabalhar numa empresa que tenha a mesma preocupação e ações comprovadas nesse sentido,será uma boa razão para eu estar na empresa. Se a empresa ficar atenta a esses três níveis de seleção de comportamentos de seus colaboradores, poderá criar em ambiente onde a freqüência de comportamentos adequados, úteis e interessantes para organização seja alta. Comprometimento com o negócio da empresa é uma cadeia de comportamentos que levam ao grupo a conseguir produzir aquilo que foi razão da criação da empresa. Trabalhar em grupo é uma cadeia de comportamentos que visam somar as potencialidades de cada individuo e respeitar as diferenças individuais desses mesmos indivíduos com um objetivo comum, alcançar os objetivos da empresa. Bem se dissemos acima que comportamentos são aprendidos e estamos dizendo que o que a empresa deseja se traduz numa cadeia de comportamentos, então podemos fazer esses comportamentos surgirem e podemos mante-los acontecendo.

Retomando a operação estabelecedora (OE) que é um sinônimo de motivação, segue uma definição de um teórico da ciência do comportamento: Operação estabelecedora (OE) é:

“...um (1) evento ambiental, (2) operação ou condição de estímulo que (3) afeta um organismo (4)alterando momentaneamente (5)a efetividade de outros eventos reforçadores e a (6)freqüência de ocorrência daquela (7)parte do repertório do organismo relevante para (8) aqueles eventos como conseqüências.”(Michael, 1993, p.192).

Explicando: (1)“evento ambiental”, ficar sem se alimentar por um tempo, aquilo que eu disse no primeiro email. (2)“Operação”, o fato de me alimentar cria necessidade de água, veja que aqui não foi preciso ficar sem beber água, o comportamento “comer” aumentou os níveis de sal no organismo e cria a necessidade de água.
(3) “Afeta o organismo”, o termo organismo é usado, pois se trata de uma definição cientifica que vale não só para seres humanos, mas para outras espécies animais também.
(4)“Alterar momentaneamente...(até o momento que se tiver acesso ao reforçador) (5)a efetividade (o valor) dos reforçadores....e a (6)freqüência de ocorrência daquela (7) parte do repertório (repertório comportamental que eu já sinalizei antes) ....(8) para aqueles eventos (reforçadores) como conseqüência, ou seja comportamentos que produziram aqueles reforçadores que são importantes naquele momento aparecem com maior força até se “produzir” o reforçador.

Explicando ainda melhor. A motivação (OE), aumenta a importância de um reforçador momentaneamente para o organismo e evocada (faz aparecer) todos os comportamentos que foram aprendidos na história de vida daquele organismo e que produzem tal reforçador. Após se ter acesso ao reforçador a motivação (OE) acaba.

Vamos ao exemplo. Hoje em dia é cada vez menor o número de pessoas que fumam, mas vamos usar esse exemplo. Ficar um tempo sem fumar cria uma privação dos efeitos da nicotina, entre outros, e aumenta a importância do cigarro evocando (fazendo aparecer) os comportamentos para conseguir um cigarro e fuma-lo. Tendo o cigarro sido queimado até o final, a motivação (OE) para a nicotina desaparece e o cigarro já não terá a mesma atração. Ainda nesse exemplo. Dizem os fumantes que tomar um cafezinho aumenta a vontade de fumar, veja que aqui nesse segundo exemplo uma operação, como está na definição que eu expliquei, “criará” a motivação (OE), não há necessidade de ficar um tempo sem fumar.

Posto isso, será que podemos pensar como criar (OE’s) no mundo corporativo? Como criar realidades, cenários (contingências) que não só ensinem o que deve ser feito, mas também que mantenham sendo feitas as “operações” (um conjunto de comportamentos como eu disse acima) que conduzam a alcançar as metas da organização definidos a partir das razões pelas quais ela própria foi criada lá no seu inicio, e também das políticas e cultura que a organização escolheu como os melhores meios para alcançar esses objetivos/metas?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

AUTO ESTIMA

Abaixo uma matéria que tirei da web na semana passada sobre autoestima. Seguem as evidencias achadas e as explicações dos psicólogos que conduziram a pesquisa. Após a matéria digo o que penso tendo como base a ciência do comportamento.

WASHINGTON, EUA (AFP) - Repetir frases positivas como "Sou uma pessoa querida" ou "Vou ter sucesso" faz com que algumas pessoas se sintam piores em relação a si mesmas, ao invés de elevar a autoestima, destaca um estudo divulgado nos Estados Unidos.
"Desde pelo menos a publicação do livro de Norman Vincent Peale 'O poder do pensamento positivo' (1952), os meios de comunicação têm estimulado as pessoas a dizer coisas favoráveis sobre si mesmas", afirma o estudo coordenado por psicólogos canadenses, publicado na revista "Psychological Science."
O estudo cita uma revista popular de autoajuda que recomenda aos leitores: "Testem recitar: 'Sou poderoso, sou forte e nada neste mundo pode me deter'". Mas o conselho não funciona para todos.
As frases positivas sobre si mesmo fazem com que as pessoas que já se sentem mal em relação a si mesmas não fiquem melhor, e sim pior, conclui o estudo coordenado pelos psicólogos Joanne Wood e John Lee, da Universidade de Waterloo, e Elaine Perunovic, da Universidade de New Brunswick.
No estudo, os especialistas pediram a pessoas com baixa e alta autoestima que repetissem a frase "Sou uma pessoa querida", para em seguida medir os estados de ânimo e os sentimentos dos participantes.
Eles detectaram que os indivíduos que começaram o estudo com baixa autoestima se sentiram piores depois de repetir a frase.
"Penso que o que acontece é que quando uma pessoa com baixa autoestima repete pensamentos positivos, provavelmente tem pensamentos contraditórios", declarou Wood à AFP.
"Portanto, se afirmam 'Sou uma pessoa querida', podem estar pensando 'Bem, nem sempre sou querido' ou 'Não sou querido neste sentido' e estes pensamentos contraditórios podem fazer transbordar os pensamentos positivos", explicou.
Apesar dos pensamentos positivos parecerem efetivos quando integram uma terapia mais ampla, sozinhos tendem a reverter o efeito que supostamente devem ter, segundo Wood.
O psicólogo afirma que os livros, revistas e programas de TV de autoajuda devem parar de dizer às pessoas que apenas a repetição de um mantra positivo levantará a autoestima.
"É frustrante para as pessoas quando tentam e não funciona", conclui.

Auto estima é um sentimento que se constrói ao longo de nossas histórias de vida. Como diz Helio Jose Guilhardi (HJG), “A auto estima é produto de contingências de reforçamento positivo de origem social”, a frase é cientifica e poderia ser entendida da seguinte forma: A auto estima é fruto de situações de bem estar em convivência social. Destaquem aqui o social. Auto estima se desenvolve em situações onde se tem a possibilidade de estar junto com outras pessoas. E não sozinho. Frases como: “Quando você está assistindo ao jogo na TV, eu me animo para ver a partida” (HJG), mostra à pessoa que ouve que ela é importante para quem está falando, e isso desenvolve auto estima. Ou seja, saber que sou importante para outra pessoa me faz gostar mais de mim mesmo. Talvez melhor do que ter pensamentos positivos com o objetivo de elevar a autoestima, um exercício solitário, estar junto de pessoas que demonstrem apreço por você ajudem-no a elevar a sua auto estima. Família, amigos, conhecidos e até desconhecidos podem aumentar sua auto estima.
Penso que isso explica o fracasso exposto acima pelos colegas psicólogos. Ter pensamentos positivos sobre si próprio parece falhar e não elevar a autoestima, pois é uma ato solitário. Nós seres humanos não vivemos sozinhos, sempre, sempre estamos junto de pessoas, que nos mostram carinho, desconfiança, raiva, afeto, amor, enfim um grande número de emoções por nós, mas estamos juntos e não sozinhos.

Moisés.

AUTO CONFIANÇA E AUTO ESTIMA SÃO A MESMA COISA?

Não, não são. Auto confiança e auto estima são sentimentos construídos em nossas histórias de vida a partir de condições (contingências) diferentes. Auto confiança segundo Hélio José Guilhardi (HJG), “...é um sentimento que surge das contingências de reforçamento positivo ou negativo.” Explicando: é um sentimento que surge a partir de situações (contingências) onde um comportamento produz, ou tem como conseqüência, algo que aumenta a probabilidade desse tal comportamento acontecer novamente no futuro. Eu estudo bastante para a prova de matemática (comportamento) e como conseqüência tiro uma boa nota. Essa conseqüência (boa nota) aumenta ou diminui a probabilidade de você estudar para outra prova de matemática, português, biologia etc? Ou seja, na sala de aula o professor diz, “...semana que vem tem prova!”, você pensa, “...pode mandar professor sei que vou tirar boa nota!” Isso é auto confiança, você acredita que é capaz de fazer algo e fazer bem feito, porque no passado você fez daquela maneira e foi bem sucedido.
Uma outra situação (contingência) que pode desenvolver auto confiança. Imagine você numa sala de aula e uma discussão entre grupos começa. Os grupos se atacam verbalmente, dizem “coisas” ruins uns dos outros, gritam, a professora não consegue terminar a briga. Você como é bem visto por ambos os grupos resolve intermediar. A discussão acaba. Uma discussão é sempre algo pesado, algo ruim que provoca desconforto nas pessoas, assim como a dor, a temperatura alta, um coração partido. Chamamos a todo esse desconforto de “aversivo”, pois gostaríamos de estar longe disso tudo. No exemplo você conseguiu acabar com a briga (aversivo), ou seja, seu comportamento de intervenção eliminou (ou poderia ter amenizado) a briga (o aversivo). Esse seu comportamento de intervenção aumenta ou diminui de chance de acontecer novamente num próximo desentendimento? Se você vir uma discussão iniciando numa fila de banco, num shopping, em sua casa, você poderá pensar: “deixa eu acabar com esse aversivo”, isso é auto confiança.
Vejam que nos dois exemplos, estudar e tirar nota boa, intervir e acabar com a discussão, no primeiro algo bom é produzido pelo comportamento de estudar (boa nota) e no segundo o comportamento (intervir) elimina ou diminui algo ruim que estava na situação. São situações (contingências) diferentes.
Resumindo, auto confiança é um sentimento que é construído em nossas histórias de vida pela repetição de situações (contingências) semelhantes às descritas acima. Ou seja, somente fazendo algo (nos comportando) nos daremos conta que somos capazes de fazer esse algo.

dicas para entrevista de seleção

Entrevista serve para levantar e checar informações contidas no CV ou FSE (ficha de solicitação de emprego) a respeito do candidato e identificar se esse possui ou não o perfil adequado à vaga ou ao cargo e à cultura organizacional da empresa.
Vaga é uma posição dentro do quadro de funcionários de uma organização que pode ter sido aberta porque alguém pediu demissão, ou foi demitido, ou aposentou-se, ou foi promovido, etc. Ou seja, vários fatores podem determinar a abertura de uma vaga.
O que é perfil da vaga? São as ações necessárias para atuação daquela posição. Por exemplo: Um estoquista faz: recebimento dos materiais com base em um chec list, armazenamento dos materiais, lançamento dos materiais em kardex, retirada dos materias do estoque mediante requisição, organização e limpeza do estoque, entre outros.
Na entrevista o entrevistador buscará experiência nesses itens a respeito do entrevistado.
O que quer dizer perfil adequado à cultura organizacional? O que influencia o desempenho de uma empresa? Bons funcionários treinados, pontualidade na entrega do que foi prometido ao cliente que busca seus serviços ou produtos, estar atento às atualizações tecnológicas, etc. As pessoas são as responsáveis por isso tudo, sendo assim numa entrevista o entrevistador vai procurar identificar se o entrevistado também pensa dessa forma, pois isso será meio caminho andado para o sucesso da contratação e do negócio da empresa.
A avaliação de um candidato começa no momento do contato através do telefone deixado no CV. Certifique-se de que os telefones deixados para contato serão atendidos por pessoas que saibam que vc procura emprego, e que sejam capazes de entender, anotar e lhe transmitir um recado de emprego e principalmente que estejam em casa no horário comercial de preferência. Recebendo o recado ligue para empresa e confirme: horário, local, data da entrevista e nome do entrevistador com quem vai falar.
No dia chegue com 15 minutos de antecedência, não é necessário mais tempo, pois se a entrevista foi agendada dificilmente vc será entrevistado antes, chegar antes pode criar uma dificuldade de espaço de acomodação para empresa. Também não chegue atrasado, se isso for inevitável ligue se justificando, mesmo que essa ligação seja após ao horário marcado para entrevista se não for possível ligar antes.
Como se vestir. Sempre de maneira formal. Para homens: calça, camisa e sapato de preferência, evitar tênis, bermuda, camiseta estampada com frases. Pode usar boné? Sim, tire-o assim que chegar para entrevista, idem para óculos de sol. Evite penteados pouco convencionais, nesse momento o penteado clássico é melhor.
Para mulheres: podem usar vestidos ou saia desde que sejam discretos, camiseta não cavada e nem com muito decote, calça, sapato discreto. Não usar maquiagem muito carregada, mas pode usar, evitar brincos muito chamativos, cabelos normais sem grandes penteados podem até estarem presos discretamente.
Em ambos os sexos evitem os piercings. Lembre-se que é uma entrevista de emprego e não uma balada.
Na entrevista: Seja honesto e sincero. O entrevistador estará procurando por alguém que tenha condições para desempenhar a função da vaga. Mentir sobre suas competências pode lhe dar o emprego de imediato, mas o tirará em um mês por resultado abaixo do esperado em seu desempenho.
Sente-se à vontade em frente do entrevistador, corpo ereto, mas à vontade. Responda só o que lhe for perguntado, não tente introduzir na conversa um assunto que não foi abordado pelo entrevistador. Não seja prolixo, ou seja, não enrole. Se algo lhe for perguntado que vc não sabe, diga “eu não sei”. Um bom entrevistador vai fazer perguntas que dão margem para pequenas viagens sobre o assunto, ou seja, não lhe fará perguntas do tipo: “Vc gostava da outra empresa?” Que lhe dá somente duas opções de resposta, sim ou não. Preferirá: “Como era trabalhar na outra empresa?” Nunca fale mal da empresa anterior, se algo lhe fez pedir demissão por discordar da empresa, diga que vc discordava de alguns pontos e por isso pediu desligamento. Você discordar da empresa não significa que ela era uma empresa ruim.
Fale pausado, em tom de voz que seja possível ser entendida pelo entrevistador, nem muito alta nem muito baixa. Olhe para o entrevistador. Desligue seu celular, a menos que algo muito urgente esteja para lhe ser comunicado, nesse caso avise o entrevistador que o celular ficará ligado. Tenha sempre um CV atualizado em mãos, cheque se o que o entrevistador tem é o mais atual. Nunca omita informações ao entrevistador, um bom processo de R&S vai checar informações que o candidato está passando.
Seus documentos devem sempre estar à mão, tais como RG, CIC, Reservista, Carteira de Trabalho. Algumas empresas pedem esses documentos para fazer entrevista.
Certifique-se do tempo que a empresa levará para lhe dar o retorno e se o dará sendo positivo ou negativo. Espera de uma semana para ligar para o entrevistador é um tempo razoável.
Caso vc seja aprovado em uma primeira entrevista, geralmente terá uma segunda que será com a área onde existe a vaga, ou seja, fará entrevista possivelmente com seu futuro Chefe. Essa geralmente tem o objetivo de conhecê-lo um pouco melhor do ponto de vista de suas habilidades mais técnicas para desempenho da função. Ambas as entrevistas podem ser feitas o que não significa que vc foi aprovado, pois é comum a área requisitante entrevistar de 3 a 5 pessoas para a vaga. Novamente um período de espera será necessário, uma semana novamente e um contado pode ser feito.
Dica final
Antes da entrevista procure pela empresa pelo site. Veja o que ela produz, sua história, onde foi fundada, sua filosofia, número de funcionários, ramo da economia a que pertence.
Na entrevista é permitido perguntar por que a empresa está contratando um profissional como você, se alguém foi demitido, ou é uma promoção, ou aumento de quadro. Quem será o chefe (função no organograma)? Qtas pessoas existem no departamento/área onde trabalhará com a mesma função que a de contratação? Qtas pessoas ao todo? Qual o maior desafio da área? Há plano de carreira? Há avaliações com feed back sobre desempenho? Qual a missão da empresa? Sua filosofia? Benefícios?